Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2012

As próximas Raposas Serra do Sol

Imagem
Protestos de indígenas no Mato Grosso do Sul, que esperam   voltar às terras dos ancestrais,  mas enfrentam resistência de governo e violência dos fazendeiros. Fotos: Cimi Há mais de dez anos tramitam no Senado e na Câmara duas Propostas de Emendas à Constituição (PEC) que visam compartilhar com o Poder Legislativo a decisão sobre quais áreas poderão se tornar reservas indígenas. Os projetos estavam parados no Congresso até 2008, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. A decisão reavivou as PECs 38 e 215, ambas de autoria de parlamentares roraimenses. Qualificadas como “extremamente danosas aos povos indígenas”, pelo secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cléber Buzatto, as PECs causam arrepedios em defensores dos direitos indígenas. “Se a proposta for aprovada, representará um passo atrás na luta desses povos”, afirma Sarah Shenker, da ONG internacional Survivor. Leia tam

Extraordinária Campanha da Fraternidade

Roberto Malvezzi (Gogó) A colaboração das Campanhas da Fraternidade para as políticas públicas brasileiras são inegáveis, desde que o olhar esteja despido de preconceitos religiosos ou eclesiais. Temáticas como a violência, paz, água, terra, deficientes, tem ajudado a sociedade brasileira a debruçar-se sobre desafios que em geral ficam apenas na constatação e reclamações. São 49 anos de grande contribuição da Igreja. Infelizmente certos setores da Igreja acham que a CF atrapalha o clima da Quaresma. Eu penso exatamente o contrário, isto é, a CF enriqueceu a Quaresma, dando-lhe um conteúdo positivo de conversão para o irmão, vencendo aquele clima necrófilo vivido nas Quaresmas em certas regiões brasileiras. Mas, a CF não perdeu sua pertinência. Esse ano, a temática da saúde pode fazer um bem fantástico a milhões de brasileiros que precisam da saúde pública. Esse é o primeiro mérito do texto base, ele põe a questão da política pública de saúde para ser debatida, sem renunciar à

Transposição foi abandonada, virou ralo de dinheiro

Imagem
As rachaduras no concreto denunciam a paralisação de uma das obras mais propagandeadas do governo Lula e bandeira de Dilma Rousseff no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Trechos da obra de transposição do Rio São Francisco estão se degenerando. Coordenador da Comissão Pastoral da Terra na Bahia e da articulação São Francisco Vivo, o sociólogo Ruben Siqueira vê na obra um “ralo do dinheiro público”. Confira entrevista:   (Terra Magazine) - A transposição do São Francisco é uma obra da indústria da seca. Há séculos se constroem grandes obras no Nordeste para resolver o problema das secas, mas na verdade estas obras são ralos do dinheiro público. Os ativistas registraram imagens de rachaduras nos canais próximos a Custódia, em Pernambuco. Há pelo menos seis meses, diz Siqueira, ninguém trabalha mais ali. “Ao longo de vários quilômetros, não há viva alma”, espanta-se. Os canais degradados terão de ser refeitos, mas o ministério da Integração Nacional afirma em nota qu

QUESTÃO AGRÁRIA DE PERNAMBUCO II - “Faltam” investimentos para o campesinato, sobram recursos para as empresas

Não falta terra em Pernambuco para fazer a Reforma Agrária. São 687 grandes propriedades improdutivas, segundo o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR/INCRA), que somam 678.025,57 hectares de terra. Também não falta gente para ser assentada. Segundo as organizações sociais do campo, são mais de 20 mil famílias acampadas em todo o Estado, além das comunidades quilombolas, povos indígenas e pescadores artesanais. *Plácido Junior Ao que parece, também não falta dinheiro, basta ver os investimentos direcionados aos “grandes” projetos que estão sendo executados no Estado. São obras Estatais completamente privatizadas e iniciativas privadas que não vivem sem o Estado. Todas, além de se apropriarem dos bens naturais, se apropriam dos recursos públicos. É assim que funcionam as obras da Transposição das Águas do Rio São Francisco, a Transnordestina, o Canal do Sertão, o velho e antigo monocultivo da cana-de-açúcar. A transposição das águas do Rio São Francisco inicialmente orçada

O Papa e a Rio+20

Roberto Malvezzi (Gogó) Bento XVI, assim como outros papas, tem o costume de solidarizar-se com as vítimas das grandes catástrofes. Sempre há uma palavra de solidariedade, muitas vezes uma carta, como forma de comungar a tragédia vivida em qualquer canto do planeta. Uma de suas últimas manifestações nesse sentido foi em relação às vítimas das nevascas no Leste Europeu. Esse gesto demonstra que ele está conectado aos fatos, que os sofrimentos da humanidade não lhes são indiferentes. Entretanto, dado o cargo que ocupa, grande parte dos cristãos esperam do Papa muito mais que uma oração ou uma carta de solidariedade para com essas vítimas das grandes catástrofes. Ainda esperamos que o Papa faça algum gesto real, concreto, visível em relação à preservação da vida na Terra, particularmente diante das Mudanças Climáticas. A Rio+20 está sendo anunciada como um fracasso mesmo antes de acontecer. O que provoca essa percepção de fracasso são os documentos oficiais, particularmente do