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Mostrando postagens de setembro, 2017

Seminário regional debateu sobre impactos dos parques de energia eólica no Nordeste

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Fortes relatos de quem sente na pele t odas as consequências da instalação dos parques eólicos nos seus territórios de origem e a certeza de não ser viável esse modelo de geração de energia, marcaram o Seminário sobre os impactos ambientais e sociais dos parques eólicos no Nordeste brasileiro. O evento reuniu de 22 a 24 de setembro deste ano, em Juazeiro – BA, cerca de 50 pessoas impactadas pela instalação destes parques, assessores, pesquisadores, estudantes, lideranças comunitárias e representantes de entidades de apoios a organizações e movimentos sociais dos estados da Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará. O evento teve o objetivo de garantir uma troca de experiências e de articular as comunidades que estão sendo ameaçadas por estes empreendimentos. A intenção é que estas se fortaleçam e agreguem mais força na resistência em torno do avanço de projetos de desenvolvimento nas comunidades rurais, ribeirinhas e litorâneas. Reunidos por estado, os/as particip

Camponeses/as discutem a soberania popular na mineração

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“Útil pra gente é o solo e as mineradoras deixam esse solo degradado, aí não vamos mais ter condições de criar o bode, o cabrito”. A fala é de Josefa Alves, presidente da Associação de Fundo de Pasto do Salgado, em Curaçá-BA, e expressa a preocupação de comunidades tradicionais do semiárido baiano em relação à mineração. Territórios camponeses, a exemplo de fundos e fechos de pasto e quilombolas, estão cada vez mais ameaçados pela exploração mineral, indústria que cresce vertiginosamente no Brasil. Problemas de saúde, desmatamento, rachaduras em casas, invasão cultural, militarização e esgotamento de bens naturais, como nascentes de rios, são alguns dos impactos socioambientais sofridos por quem vive próximo a mineradoras e que foram relatados durante o “Seminário de Impactados/as e Ameaçados/as pela Mineração”. O evento, organização pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) Centro-Norte, aconteceu nos dias 19 e 20 de setembro, em Senhor do Bonfim, e reuniu agricultores/as fami

Mensagem da 38ª Missão da Terra da Diocese de Bonfim (BA)

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Nós, cerca de 7 mil romeiros e romeiras da Missão da Terra, do campo e das cidades, da Diocese de Bonfim, Bahia, estivemos reunidos/as no distrito de Igara, município de Senhor do Bonfim, para celebrar a 38ª Missão da Terra, um ato de fé e mobilização popular que acontece todos os anos, com o objetivo de animar a caminhada do povo de Deus, denunciar as injustiças sociais e ambientais  e anunciar o “Bem Viver” no Sertão. Este ano com o tema “ Vida e Morte na Caatinga: enquanto o Ser Humano destrói, Deus Ressuscita” , e o lema  “Cultivar e Guardar a Criação é nossa responsabilidade!”  (Gn 2,15), a Missão da Terra, convoca a sociedade em geral para promover uma ação coletiva em defesa da caatinga, do seu povo, de suas águas e de toda a sua biodiversidade. Sabendo que 80% da área do bioma Caatinga está no Nordeste, com aproximadamente 844 mil quilômetros quadrados e que apenas 1% do bioma está protegido por leis que tem sido flexibilizadas a fim de favorecer interesses

Agroecologia ainda é ignorada pela "monocultura" da mídia

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Mídia dedica 95% de seu espaço ao agronegócio e 5% a técnicas sustentáveis, dadas como "alternativas" ou "exóticas" Produção familiar orgânica é desprezada pela mídia hegemônica ou abordada como algo alternativo ou exótico / Arquivo/MDA Alternativa mais viável para produzir alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos para todos dentro de uma perspectiva de proteção ao meio ambiente e criação de emprego e renda para pequenos agricultores, a ciência agroecológica é ignorada pelos meios de comunicação. O agronegócio, baseado na monocultura em grandes extensões de terra, com uso intensivo de insumos químicos e biotecnológicos, tem 95% do espaço nos meios de comunicação. Já a agroecologia fica com apenas 5%. Os dados são da pesquisa  A Agroecologia e a Mídia , realizada na pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Depois de ter constatado que o tema é abordado principalmente em sites de organizações dedicadas ao

Hidronegócio: privatização da Eletrobrás, privatização das águas

Por Roberto Malvezzi (Gogó) Há tempos o hidronegócio busca mecanismos de privatização das águas brasileiras. Constitucionalmente tidas como um bem da União, nossas águas não podem ser privatizadas. A Constituição Federal no artigo 20, inciso III, estabelece que são bens da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. Reza a Lei Brasileira de Recursos Hídricos 9.433/97: Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: I – a água é um bem de domínio público; II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo da

Transposição do Tocantins para o São Francisco

Entrevista de Roberto Malvezzi (Gogó) para o site Preto no Branco O que está por detrás da transposição do Tocantins para o São Francisco?   Em primeiro, é preciso dizer que essa proposta é mais insana, mais louca que a transposição do São Francisco para outros estados da forma como ela foi feita.   Na verdade, os movimentos socioambientais sempre disseram que o São Francisco tinha pouca água para suportar uma transposição. Era um anêmico que não podia doar sangue. Agora, essa proposta de transpor o Tocantins para o São Francisco só comprova o que sempre dissemos. Está faltando água no São Francisco não só para as comunidades beiradeiras, mas a falta de água inviabilizou a hidrovia do São Francisco, diminuiu a geração de energia e está faltando água até para os perímetros irrigados já instalados. Então, começou a bater o desespero também no setor econômico, naqueles que mais ganham com as águas do Velho Chico. Daí a proposta doida de transpor o Tocantins para aumentar o volum