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Mostrando postagens de junho, 2019

42ª Romaria de Bom Jesus da Lapa tem como tema “Terra, Água e Justiça: Direitos Sagrados”

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Centenas de romeiros e romeiras da Bahia e do Brasil participarão nos dias 05, 06 e 07 de julho, da 42ª Romaria da Terra e das Águas, em Bom Jesus da Lapa (BA). A celebração, marcada por histórias de luta e espiritualidade, é um momento de renovação da fé e um espaço de debate sobre os atuais desafios políticos e sociais que vive a sociedade brasileira, seja no campo ou na cidade. “O contexto sociopolítico, econômico, ético e moral do nosso país, nos demonstra novas, rápidas e diferentes preocupações, que servem para se confirmar aquilo que, praticamente, já se previa. Estamos vendo um Estado, cada vez mais a serviço dos grupos macroeconômicos,  office boy  do mercado. Mas, vigilante e bisbilhoteiro para com os interesses do povo simples e suas organizações”, afirma a carta convocatória dos romeiros/as para a atividade. Diante desse contexto, este ano, a romaria tem como tema “Terra, Água e Justiça: Direitos Sagrados” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is.

Os currais eclesiais

Por Roberto Malvezzi (Gogó) A parábola bíblica do Bom Pastor é uma das mais conhecidas. Jesus se compara a um bom pastor, que cuida bem de suas ovelhas, que dá sua vida por elas e as defende dos lobos vorazes (João 10, 1-18). Porém, o contrário do Bom Pastor não é o lobo, mas o “mercenário”, aquele que finge ser pastor, mas quando apertado abandona suas ovelhas e foge. O mercenário é mais que um fujão. Ele pode explorar suas ovelhas, ficar rico às custas delas, manipular sua boa vontade, manobrá-las como se fossem um grupo de idiotas. No mundo contemporâneo e urbanizado não é fácil sustentar a parábola do Bom Pastor. Ninguém mais hoje em dia quer ser ovelha, no sentido que simplesmente obedece a uma voz de comando sem entender o que está acontecendo. Por isso mesmo, em outro contexto, Jesus vai dizer aos seus discípulos que eles não são servos, mas amigos, porque o servo não sabe o que faz ao seu Senhor, mas o amigo sabe (João 15,15). Quem conheceu o sertão nordestino anterior

Produção diversificada surpreende participantes de Feira da Agricultura Familiar em Campo Alegre de Lourdes

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A diversidade de cores, sabores e cheiros presente na produção dos agricultores e agricultoras familiares, exposta na Feira da Diversidade do Sertão, em Campo Alegre Lourdes, realizada no último dia 14, no centro da cidade, mostrou para o município que é possível alimentar-se a partir da agricultura familiar durante todo o ano, mesmo nos períodos de estiagem. Banana, mamão, cheiro verde, verduras eram alguns produtos presentes na barraca da agricultora Roseni de Assis, da comunidade de Taboa. Com alegria e orgulho, a agricultora afirma que sua produção é oriunda do seu quintal produtivo: “eu mais meu esposo trabalhamos lá [quintal produtivo], a gente não usa nenhum tipo de agrotóxico, é tudo natural”, diz a agricultora. Ela ainda conclui que a família vem investindo na diversidade de cultivo e de atividades na propriedade, como produção agrícola e criação de animais de pequeno porte, para garantir produção durante todo o ano. “Essa feira é a oportunidade da gente tá expondo o

“Nós vamos ficar com a morte e a doença”: Em Sento Sé (BA), comunidades ribeirinhas temem empreendimento de mineração

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Reunião das comunidades Aldeia, Pascoal e Limoeiro. “Terrível, até hoje me arrepio quando lembro o que a gente passou”, afirma Dona Maria Francisca de Oliveira, 49, ao recordar a época em que foi reassentada por causa da construção da barragem de Sobradinho (BA). Com os olhos marejando e a voz embargada, a agricultura e professora conta que ficou na memória a imagem da tia que não queria deixar a casa mesmo com a água inundando o local. “Não saio, não saio, não vou sair de minha casa”, dizia a tia, como relembra Maria Francisca. A comunidade de Pascoal, localizada no município de Sento Sé, no norte do estado baiano, foi uma das atingidas pela construção da hidrelétrica de Sobradinho. Ao todo, na região, mais de 70 mil pessoas foram expulsas das suas comunidades e territórios no final da década de 1970. “Era uma esperança que a gente ia ter muito desenvolvimento, ia ter o progresso, mas até a energia a gente só veio ter depois de dez anos, quando criamos a associação, e água