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Mostrando postagens de outubro, 2017

Jovens participam de Formação de Comunicação em Casa Nova

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Revistas, jornais, cola, papel e tesoura. Os materiais são simples e parece até que vão ser utilizados em uma brincadeira, mas, eles também podem ser usados para construção de uma revista: a fanzine. Fácil de fazer e de baixo custo, esse tipo de publicação possibilita a transmissão de uma mensagem de forma bastante criativa. Jovens de comunidades tradicionais de fundos de pasto dos municípios de Casa Nova e Remanso confeccionaram, no último fim de semana, algumas fanzines. As revistas abordaram diversas temáticas, como a diversidade cultural, a luta dos trabalhadores/as do campo e a situação política do país.  A atividade de produção de fanzines fez parte de uma Formação de Comunicação realizada pela Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro,  que aconteceu nos dias 20 e 21 de outubro, em Casa Nova.  Durante a Formação, os/as participantes também refletiram sobre o direito à comunicação e a importância da comunicação popular e alternativa à grande mídia. "Eu go

Um país chamado Canudos, 120 anos depois

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Encerramento da 30ª Romaria de Canudos, no último domingo (22). Foto de Tiago Aragão – CPT-BA Artigo especial [1]   do cientista social Ruben Siqueira, da coordenação nacional da   Comissão Pastoral da Terra (CPT) , recorda e atualiza a luta de Canudos, que até hoje é a maior mobilização do exército brasileiro: contra o povo. Nem mesmo a Guerra do Paraguai ou a Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra superaram o envolvimento de tropas como no combate à rebelião liderada por Antônio Conselheiro. A violência, pública e privada, continua uma marca da vida nacional, multiplicam-se as mortes nas cidades e nos campos, o Brasil sendo hoje o mais violento país do mundo sem guerra declarada, uma guerra contra os pobres. “A mensagem de Canudos fica cada dia mais atual e necessária. Atravessa os tempos e faz seguidores a ousadia dos conselheiristas, de recriar, nas entranhas do latifúndio respaldado pela República, a comunidade dos primeiros cristãos, onde a única lei era a do

A barragem da Samarco que rompeu perto de Mariana – e a longa luta por direitos e justiça

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A ruptura da barragem do Fundão, da empresa Samarco, fará dois anos em breve. Contudo, ainda não há perspectiva de ressarcimento a muitos dos afetados. Os responsáveis pela maior catástrofe ambiental do Brasil, a qual deixou um rastro de devastação em mais de 600 km, além de 19 vítimas, ainda não foram julgados. Os proprietários da Samarco, as mineradoras Vale e BHP Billiton negam qualquer responsabilidade e alegam que a Samarco tem natureza jurídica e administração próprias. Através deste caso dramático se pode demonstrar como é difícil para os afetados garantir seus direitos, quando se trata de uma grande empresa, a qual tem política e economicamente tantas possibilidades. O processo do acordo da ONU sobre empresas transnacionais poderá amenizar situações como esta em longo prazo, se ele obrigá-las a se responsabilizarem sob suas filiais, subsidiárias e cadeias de distribuição e fornecimento. Os afetados teriam, assim, um melhor acesso a instrumentos jurídicos, também nos paí

Rosa Weber suspende portaria que alterava regras do trabalho escravo

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Para ministra, a portaria do Ministério do Trabalho "afeta as ações e políticas públicas do Estado brasileiro" Divulgação MPT A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber suspendeu a Portaria nº 1.129, publicada pelo Ministério do Trabalho, que altera as regras e dificulta o combate e fiscalização do trabalho escravo. Por meio de uma  liminar , a ministra atendeu o pedido do partido Rede Sustentabilidade, que pedia a anulação da portaria, publicada no Diário Oficial da União no dia 16. As mudanças nas regras provocaram diversas reações de movimentos populares, entidades de direitos humanos e magistrados. Weber justificou a decisão dela com o argumento de que a alteração nos conceitos de trabalho escravo definidos pela Portaria “afeta as ações e políticas públicas do Estado brasileiro” e “sonega proteção adequada e suficiente a direitos fundamentais nela assegurados (…)”. A portaria determina que um caso de trabalho forçado e degradante só será 

Fórum das entidades de Curaçá (BA) retoma atividades

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 Com origem em dezembro de 2015, o Fórum das entidades populares de Curaçá (BA) retomou suas atividades nesta segunda-feira (16) na casa paroquial. Realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Curaçá (Sintrafer), a reunião contou com a presença de presidente e secretários de várias comunidades tradicionais de Fundo de Pasto, organizações populares e militantes do município. O encontro se propôs a contribuir na compreensão acerca da questão dos danos e impactos ambientais a partir das empresas mineradoras no município de Curaçá, assim como a chegada dos Parques Eólicos, que já instalaram a primeira torre experimental na Serra da borracha, região de Patamuté e também na Serra da Canabrava, região de São Bento. Além de estudos e debates internos, a idéia é fortalecer o Fórum e ampliar a participação das entidades locais, construindo estratégias de ação em defesa dos povos e comunidades, da terra e territórios e aderir à campanha em defesa da soberania miner

Exploração consentida

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Portaria do MTE altera definições de trabalho escravo e abre caminho para violações. Em resposta, a Conectas e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviaram um apelo urgente à ONU que pede a revogação imediata da determinação do governo. O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) publicou na última sexta-feira, 13, a  Portaria N° 1129/2017 , que descaracteriza a definição de trabalho escravo e representa um grave retrocesso em relação às políticas de combate e fiscalização deste tipo de violação. A medida contraria a Constituição, o Código Penal e instrumentos internacionais dos quais o Brasil é parte. Em resposta, a Conectas e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviaram um apelo urgente à ONU que pede a revogação imediata da determinação do governo. >>  Leia o apelo urgente, na íntegra Uma das principais alterações previstas na portaria diz respeito à publicação da chamada "Lista Suja" do trabalho escravo. A portaria prevê que um empregador só poderá integrar a l

Hidrocídio brasileiro

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Por Roberto Malvezzi (Gogó) Rio São Francisco, Sento Sé. Foto: Maikon Gonçalves A cada dia chega a notícia da morte de um rio, ou que um rio famoso agoniza. Afluentes dos grandes rios brasileiro estão sendo mortos às centenas, aos milhares, num verdadeiro hidrocídio, isto é, a matança das águas. Esses dias nos chegou a visão do leito seco do Paracatu, um dos maiores afluentes do São Francisco. No ano passado, em Macapá, me contaram que a pororoca do rio Araguari estava extinta. Esse ano, no Acre, me contaram que o prognóstico científico é que o rio do Acre seque em dez anos. Em Miracema, quando estive lá no ano passado, quase atravessámos o rio Tocantins a pé, com a água alcançando no máximo a cintura. Ali mesmo nos contaram que o rio Javaés, que faz a Ilha do Bananal, considerada a maior ilha fluvial do mundo, também tinha secado. O Velho Chico agoniza a olho nu, com pouco mais de 500 m3/s, e na sua foz o mar avança São Francisco adentro, já salinizando as águas a

Caderno de Conflitos no Campo será lançado na próxima sexta-feira (6) em Juazeiro

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No ano passado, a violência no campo cresceu de forma assustadora no país. Foram registradas 1.079 ocorrências de conflitos por terra, maior número desde 1985, e 61 assassinatos, o que corresponde a um aumento de 22% em relação a 2015. Esses dados fazem parte do relatório anual, produzido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que será apresentado na próxima sexta-feira (6) em Juazeiro. O “Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2016” é fruto do trabalho de várias equipes de documentação e agentes da CPT de todo o país. O relatório, publicado anualmente há mais de 30 anos, documenta ocorrências de conflitos no campo relacionadas a questões de terra, água, trabalho e violência contra a pessoa. Segundo dados do Caderno, a Bahia se tornou o terceiro estado mais conflitivo do país, se igualando ao Pará. 102 conflitos por terra e quatro assassinatos foram registrados no estado baiano em 2016. O lançamento do Caderno de Conflitos acontecerá às 18h, no Departamento de Tecnologias