COMUNIDADES DE REMANSO RELATAM INVASÕES DE TERRA POR GRANDES EMPRESAS





A invasão de áreas de fundo de pasto e de pequenas roças familiares por empregados de empresas de mineração e energia eólica foi um dos principais problemas relatados por famílias camponesas, durante uma série de visitas a comunidades rurais de Remanso, durante os dias 15 e 16 de abril. As atividades foram organizadas pela CPT em parceria com o STR, paróquia Nossa Senhora do Rosário, Sasop e Articulação Regional dos Fundo de Pasto.


Nessas visitas, por diversas vezes, as comunidades relataram o desrespeito que funcionários de grandes empresas têm para com as famílias camponesas locais. Sem pedir permissão, os empregados de prováveis mineradoras invadem e demarcam áreas dentro das terras, afirmam as famílias camponesas. A mesma invasão tem sido feita por quem trabalha na instalação de parques eólicos. 


A estratégia destas empresas tem sido a mesma já aplicada em outros municípios, como Casa Nova. Há uma promessa de indenização, para o início das obras e o pagamento de uma suposta quantia mensal a partir da geração de energia. Nada disso aconteceu em Malvão, povoado casa-novense. A empresa Casa dos Ventos abandonou as obras do parque eólico ali instalado sem indenizar a comunidade. 


“Eles chegaram aqui para colocar uma torre na minha terra dizendo que iria servir para gente, para daqui a três anos. Disseram que dariam um dinheiro quando começassem os trabalhos. Eu recusei na hora. O melhor é nosso fundo de pasto, e nada para atrapalhar a gente”, afirma o camponês José Alvino, da região de Desterro.   


Cerca de 30 comunidades rurais de Remanso foram envolvidas durante o mutirão. Devido aos casos de grilagem de terras e às ameaças de grandes empresas, algumas dessas localidades voltarão se reunir com a equipe da CPT de Juazeiro no próximo mês.

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