COMUNIDADES AMEAÇADAS POR GRILAGEM DE TERRAS QUEREM ENCONTRO COM JUIZ DE REMANSO
Agora, os camponeses e camponesas esperam a data da audiência, a ser agendada através dos assessores jurídicos da CPT.
Durante o encontro, os quase cem camponeses e camponesas presentes também discutiram a importância da autodefinição como comunidades de fundo de pasto, modo de viver e criar na caatinga que já predomina nas áreas há gerações.
Todo o
processo de tentativa de grilar a terra de Angico dos Dias e região estaria destinado à venda da área por intermédio de Pedro e
Bartolomeu, que são irmãos de Vanderle e do seu primo Zé do Salvo, que moram na
comunidade de Açu, vizinha a Angico dos Dias, onde está localizada a mina da
Galvani.
As
comunidades têm informado que os intermediários de Vanderle estão comentando no
município que ninguém na área em conflito tem documento e toda a terra já teria
sido vendida aos "gaúchos". Alguns camponeses chegaram
até a apresentar documentos antigos de posse registradas em cartório,
comprovante de pagamento do ITR, dentre outros.
No dia 29
de agosto, Salvador Mendes da Rocha e Valdomiro Custodio de Farias, moradores
da comunidade de Angico dos Dias, foram surpreendidos com uma intimação de uma
decisão liminar concedida pelo juiz Dario Gurgel, da Comarca de Remaso,
proíbindo os camponeses de usarem a áreas que sempre foi de uso tradicional das
comunidades da região, e que Vanderle agora alega possuir.
"Eu
moro aqui há 59 anos, produzindo, criando nossos animais. Se eles tomaram essas
terras, como é que a gente vai ficar", questiona um dos moradores de
Angico dos Dias.
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