CPT CENTRO NORTE REALIZA MUTIRÃO COM COMUNIDADES EM CONFLITO
Entre os dias 25 a 27 de julho,
agentes da Comissão Pastoral da Terra das Dioceses de Juazeiro, Senhor do Bonfim
e Ruy Barbosa visitaram e se reuniram, no município de Casa Nova, com moradores
de 37 comunidades que vivem em constante ameaças de perder seus territórios por
causa de grilagens. As terras dos
camponeses são invadidas a qualquer custo, utilizando-se dos mais variados
métodos de violência como: pressão psicológica, enganações, invasões,
pistolagem, ações judiciais e, inclusive, a força policial para apoderar-se da
terra das famílias que há centenas de anos vivem em suas comunidades.
A equipe se impressionou com
o espírito de resistência e de luta das comunidades, conheceu as experiências
de convivência com o semiárido, a solidariedade que existe entre as famílias e
comunidades na defesa dos seus territórios. Uma espiritualidade que motiva e
movimenta estas comunidades, a partilha do saber, do poder e da comida em abundância.
Os/as agentes da CPT
perceberam também, no meio destas comunidades, a indignação frente às
injustiças cometidas contra os pobres, principalmente, por parte de quem tem a responsabilidade
de garantir a Justiça. Um dos momentos mais altos de indignação e emoção deste mutirão
se deu durante a visita no fundo de pasto de Areia Grande. Desde o final dos
anos 1970, o território e o modo de vida desse local estão sendo ameaçados.
Motivada pela palavra do
profeta bíblico Miqueias, a comunidade denunciou as injustiças das quais são
vítimas, celebrou suas lutas e anunciou a esperança de conseguirem finalmente
viverem com segurança e dignidade em seu território. As famílias avaliaram suas
ações e definiram estratégias para continuarem firmes na luta, na certeza de
que o Deus da vida caminha com seu povo.
Os/as agentes da CPT,
vindos de regiões diferentes, aprofundaram-se na história deste povo e avaliaram
como um momento forte de animação da luta, de convivência fraterna, de troca de
experiências e de conhecimento da realidade. Apesar dos desafios enfrentados
pelos camponeses e camponesas, acreditam em saídas de forma coletiva. A eles
prestaram e prestarão total solidariedade para o que der e vier.
“Ai
daqueles que tramam maldades; que mesmo repousando em suas camas planejam
crueldades. E, logo que o dia amanhece eles executam seus planos
malignos...”
(Miqueias 2,1)
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