Sobrevivência do rio São Francisco e cultura popular marcam 2ª edição da Festa da Vida
Centenas de pessoas participaram,
no último domingo (8), da 2ª Festa da Vida, evento organizado pela Diocese de
Juazeiro e que tem como objetivo dar visibilidade e fortalecer pastorais e
grupos que estão a serviço da promoção da vida. Este ano, uma celebração às
margens do Velho Chico buscou sensibilizar a população para a preservação e
revitalização do rio. O cuidado com o São Francisco e os modos de vida do povo
ribeirinho também estiveram presentes nas apresentações culturais que animaram o
evento.
A
Festa teve início no bairro Angari, próximo ao monumento do Nego D’Água. Com
faixas e cartazes que pediam o fim do uso de agrotóxicos, a suspensão de
projetos degradantes na Caatinga e Cerrado, e a revitalização do rio, os/as
participantes fizeram um alerta sobre a situação do Velho Chico. O bispo da
Diocese de Juazeiro Dom Beto Breis leu os compromissos da Carta da Lapa, documento dos bispos da bacia do São
Francisco que denuncia o processo de morte do
rio e propõe ações para sua revitalização.
Dom Beto Breis - bispo da Diocese de Juazeiro |
“A gente sabe a partir de estudos sérios e científicos que o
rio São Francisco está morrendo, não é um boato ribeirinho como diz a canção,
mas, infelizmente, é um fato ribeirinho”, afirmou Dom Beto. Segundo o bispo, é
possível reverter o quadro de degradação do rio com algumas medidas e ações
emergenciais. “A Igreja quer justamente fazer o grito do rio São Francisco ecoar.
Um dos compromissos [da Carta da Lapa] é o de cuidar e ajudar na revitalização
do rio fazendo parcerias e cobrando das autoridades competentes”, acrescentou.
Ainda na celebração no Angari um pescador ofertou flores ao
Velho Chico e um pouco de água do rio foi levada para a Catedral Nossa Senhora
das Grotas, onde foi aspergida nos fiéis durante a missa.
Cultura popular
Grupo de Congos de Sento Sé |
Após a missa na Catedral, o público pode apreciar uma pluralidade de manifestações populares e culturais que se apresentaram na praça. O grupo dos Congos de Sento Sé, formado por cerca de 40 pessoas da comunidade do Tombador, foi o primeiro a se apresentar. “Essa tradição vem dos meus antepassados, meus avós, pais e hoje passo para meus filhos. É uma homenagem a Nossa Senhora que todo ano fazemos”, conta Elton Benai, integrante dos Congos.
A Trupe Novo Ato, grupo de contadores de histórias, levou
para Festa da Vida um espetáculo sobre as lendas do rio São Francisco. Já o
vaqueiro Antônio Carvalho, da comunidade tradicional de fundo de pasto São
Gonçalo da Serra em Sobradinho, encantou a todos/as com um aboio sobre a
história do Brasil. “Deus do céu dai-me inspiração com o teu poder sagrado pra
transformar em verso esse Brasil adorado”, dizia os primeiros versos de
Carvalho.
Apresentação do aboio com Antônio Carvalho e filho |
Grupo de Teatro da PJMP de Pilão Arcado |
Também passaram pelo palco da Festa da Vida o Grupo de Teatro
da Pastoral do Juventude e do Meio Popular (PJMP) de Pilão Arcado, que encenou
uma peça sobre a violência contra a mulher; os músicos Roberto Malvezzi (Gogó)
e Sérgio do Forró; e os arte-educadores Raimundo Fábio e Antônio Ivo, que de
forma bastante lúdica apresentaram o trabalho das Pastorais Sociais da Diocese
de Juazeiro.
Tendas Temáticas
As tendas das Pastorais Sociais foram uma atração à parte. Quem caminhou
pelas barracas pode conhecer e se aproximar do trabalho das Pastorais e de
outros grupos que abrangem públicos diversos como crianças, idosos/as e
camponeses/as. Além disso, uma variedade de produtos, a exemplo de livros,
artesanato, plantas medicinais e remédios caseiros estavam expostos. Durante a
Festa da Vida, também foi lançado o novo site da Diocese de Juazeiro.
Texto e fotos: Comunicação CPT Juazeiro
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