LABORATÓRIO FRANCÊS APONTA CONTAMINAÇÃO EM MINA DE URÂNIO EM CAETITÉ,NA BAHIA
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Foto: fatorambiental.com.br |
Para o físico nuclear Bruno Chareyron, diretor do Laboratório CRIIRAD, o monitoramento da INB é ineficaz e “sem os resultados de um programa abrangente é impossível avaliar os reais impactos da exploração de urânio na região”.Dando curso à pesquisa, este ano o CRIIRAD coletou novas amostras de solo e água e tomou conhecimento que em 2013, a INB realizou prospecção intensiva principalmente na comunidade de Gameleira (cerca de 2 km da mina, tendo alguns furos mais de 70 metros de profundidade) e em Juazeiro. Nos dias 9 e 10 de abril de 2014, nessas comunidades foram medidas doses de radiação gama 2,5 a 10 vezes maior que o valor de fundo, registrado em locais não afetados pela perfuração.
A situação é muito grave, pois como avalia o Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR) entre as atividades da cadeia de produção da energia nuclear, tirando os acidentes em reatores e bombas atômicas, é na extração e beneficiamento de urânio (elas ocorrem em Caetité) que trabalhadores e cidadãos podem receber as doses mais elevadas de radiação.
Esta não foi a primeira vez que um laboratório internacional apontou a contaminação que a INB vem promovendo em Caetité, e que estava prevista no Estudo de Impacto Ambiental da mineração. Em 2008, o Greenpeace contratou um laboratório da Inglaterra que comprovou a contaminação da água em Maniaçu, fato depois confirmado pelo então Instituto de Águas do Governo da Bahia..
Na Europa, os laboratórios que avaliam contaminação radioativa não se reportam a órgãos de regulação do setor nuclear, como aqui no Brasil, onde são subordinados a Comissão Nacional de Energia Nuclear. O CRIIRAD atua independente do governo e de empresas poluidoras, em defesa do direito à radioproteção e à informação confiável sobre a questão nuclear, em especial os malefícios da radiação ionizante. A expectativa agora, é que as autoridades dos três poderes levem a sério as recomendações feitas e adotem as providências que lhes compete para minorar os prejuízos que a exploração de urânio vem causando aos trabalhadores e populações da região.
Fonte: Jornal da Mídia
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