Êxodo: América Latina tem 80% de seus moradores em áreas urbanas

Com quase 80% de sua população vivendo em cidades, a América Latina é uma das regiões mais urbanizadas do mundo e vive profundas mudanças, como a redução do crescimento demográfico e praticamente o fim da migração campo-cidade --responsável pelo "boom" da urbanização ocorrido até os anos 90.

Como se era de imaginar, o desenvolvimento das cidades na América Latinas não é sustentável.  O relatório da ONU que revelou esses números afirma que "é preocupante observar que a mancha urbana segue expandindo-se, apesar da desaceleração demográfica. As cidades crescem cada vez menos compactas e se expandem fisicamente em um ritmo que supera o incremento de sua população, um padrão que não é sustentável". 


Cabe questionar os efeitos da política agrícola praticada na região - que  tem expulsado homens e mulheres do campo -  na  expansão das cidades. Um crescimento extremamente desigual, tornando a maior parte dos centros urbanos em grandes bolsões de miséria.  Um exemplo pode ser visto em Juazeiro(BA) e Petrolina (PE). Com uma ilusória promessa de desenvolvimento, centenas de famílias são atraídas para estas duas cidades. Porém, ao desembarcarem os  migrantes  percebem  que a realidade se apresenta de forma  bastante diferente daquela sonhada. O que se tem visto  hoje são vários bairros com elevados índices de violência, sub empregos e até   trabalho escravo. 

A América Latina não será viável enquanto houver inchaço populacional das cidades  motivado por um modelo de crescimento econômico predatório - destruindo tanto  vidas humanas, quanto   ecossistemas. Somente com uma  distribuição justa da terra, com  autonomia da comunidades tradicionais do meio rural,  os trabalhadores e trabalhadoras da Região terão dias melhores para sempre. 

CPT Centro Norte da Bahia - Núcleo Diocese de Juazeiro  

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