NA VII ROMARIA EM DEFESA DA VIDA, POPULAÇÃO ALERTA SOBRE IMPACTOS DA MINERAÇÃO
Cerca de 1.500 romeiros/as participaram,
no último domingo (21), da VII Romaria em Defesa da Vida, no município de Campo
Alegre de Lourdes. A Romaria, que teve como tema “Caatinga: cultivar e
preservar para viver”, chamou a atenção da população campo-alegrense para a
defesa da natureza, dos territórios e dos povos. Nos depoimentos, os romeiros/as expressaram muita
preocupação com os impactos da extração de minérios, já que 82% do município está mapeado para pesquisas em mineração.
“A Romaria é uma oportunidade que
nós temos para nos orientar, compartilhar situações. Estamos passando por
momentos muito difícieis, principalmente, relacionados a empresas de mineração e
a forma que elas chegam nas comunidades”, disse o presidente da Associação de
Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu, Ednei Soares. Na comunidade de Angico
dos Dias vivem cerca de 400 famílias que
passaram a enfrentar sérios problemas de saúde e conflitos de terra e água,
após a chegada de uma mineradora no local.
A agricultora Marineide Soares, do
fundo de pasto São Gonçalo, destacou a grande participação da população na
Romaria, principalmente dos jovens. “Isso é muito importante para nós que
estamos sofrendo com grileiros, desmatamento e destruição da Caatinga”,
ressaltou. Para o professor Deusvaldo Almeida, a intensa participação da
população na Romaria “mostra que as pessoas estão preocupados com a defesa da
vida e com a preservação do meio ambiente”.
A VII Romaria em Defesa da Vida foi
organizada pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e pelo Fórum de Entidades
Populares de Campo Alegre de Lourdes. O padre Bernardo Hanke conduziu a
celebração da Romaria. “A Caatinga é o nosso chão, nós temos a nossa raiz aqui,
ela nos dá vida”, afirmou Hanke. Apresentações de poesias, música e cordel também
fizeram parte da VII Romaria em Defesa da Vida.
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